Entretenimento Montagem da ópera “Rigoletto”, de Verdi, volta aos palcos de Brasília após 21 anos Espetáculo reúne os maiores talentos nacionais da ópera com sessões a preços populares de 12 a 15 de novembro no teatro da Escola de Música de Brasília A icônica ópera em três atos “Rigoletto” (1851), do italiano Giuseppe Verdi, retorna à capital federal após 21 anos da última montagem na cidade. Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o espetáculo será apresentado de 12 a 15 de novembro, com sessões às 19h, no Teatro Levino de Alcântara, na Escola de Música de Brasília (602 Sul). Os ingressos custam a partir de R$ 10. A trama se passa num vilarejo corrupto e corruptível, onde os personagens revelam a essência da nossa sociedade em meio a golpes e egos numa narrativa dramática e nada maniqueísta. Rigoletto é o assessor pessoal e responsável por contar as novidades e as fofocas de forma ácida ao Duque de Mântua, “aquele que tem olho em terra de cego”. O protagonista só não imaginava que isso poderia se virar contra ele. Dirigido pelo trio Artur Soares (direção musical), Hyandra Ello (direção artística e de cena) e Hugo Lemos (direção de produção), o clássico que aborda temas contemporâneos como ganância, volúpia, violência contra a mulher e vingança ganha uma nova roupagem para retratar a história do personagem título. “A adaptação foi trazer para o Brasil, para um clima árido, desértico, num povoado sedento de água, comida e fofocas. A ideia é que reconheçamos o Brasil nesta ópera italiana e que nos reconheçamos e aos nossos parentes e vizinhos”, explica a diretora Hyandra Ello. Além de uma história complexa, a ópera tem um repertório de altíssima qualidade que conta com a interpretação de um grande elenco com talentos nacionais e locais, com a Orquestra Capital Philharmonia, coro masculino e elenco de atrizes. No total, são mais de 70 profissionais da cultura envolvidos na produção deste espetáculo. “É uma ópera completamente fora da curva. Tem uma potência na invenção de instrumentação do uso das linhas do canto com o drama e, ao mesmo tempo, dá lugar a algumas passagens mais belas que Giuseppe Verdi compôs ou viria a compor”, define o regente Artur Soares. O elenco é encabeçado pelo talento nacional, o cantor lírico e baixo-barítono Licio Bruno, que esteve na montagem de 2001 no Teatro Nacional Cláudio Santoro de Brasília, na época sob a regência do maestro Silvio Barbato. Para ele, voltar a interpretar o papel é como se reencontrar com um velho conhecido. “A ópera é uma das mais lindas obras de Verdi, aliando romantismo a pitadas fortes de um realismo trazido pela temática e tratamento musical. Ela discute os papéis sociais dos poderosos e também a situação da mulher em uma época ainda obscura em termos de valores humanos”, comenta Licio Bruno. Novo público O retorno de “Rigoletto” a Brasília ocorre em um momento comemorativo. O espetáculo celebra os 10 anos da HL Arte e Cultura, de Hugo Lemos, à frente da produção de óperas no Brasil, e da Orquestra Capital Philharmonia, de Artur Soares. Além de trazer talentos nacionais como Licio Bruno (ES) no papel título e Alan Faria (SP) no papel do Duque de Mântua, a montagem também valoriza a ópera brasiliense que conta com potentes talentos. De Brasília, a montagem conta com nomes de destaque como Gabriela Ramos no papel de Gilda, Janette Dornellas como Maddalena e Hugo Lemos interpretando Sparafucile. “Para mim é super importante estar produzindo, pela primeira vez com recursos do FAC, uma ópera de Verdi, que é um dos compositores mais importantes da história da ópera. É muito especial poder fazê-la depois de 21 anos sem ter uma ópera do italiano encenada em Brasília”, define Hugo Lemos. Facebook Comments Redação Compartilhar Anterior"Ensaios da Anitta". Projeto da cantora desembarca no complexo Na Praia pela primeira vez PróximoSurFace: Galeria Mezanino recebe exposição do renomado fotógrafo Gabriel Wickbold 08/11/2022