Trend Alert Moda: Natalie Klein investe em processos sustentáveis O tema sustentabilidade sempre esteve em pauta no caminho de Natalie Klein, uma das mais importantes figuras da moda nacional. À frente da NK Store, sua história no setor contabiliza duas décadas. A preocupação com a procedência de suas coleções sempre fez parte do negócio, mas a pandemia se tornou um catalisador para que o tema viesse ainda mais à tona. Durante as primeiras semanas de lockdown, Natalie sentiu necessidade de repensar valores e pilares, com uma reestruturação não apenas na forma de agir, como também de pensar a cadeia produtiva da sua marca própria, a NK. Pouco antes da pandemia começar, Natalie idealizou o projeto de upcycling em que mais de 800 peças retornaram dos closets de clientes para serem ressignificadas pelo time de estilo da NK e artistas convidados. No auge do distanciamento social, quando a cadeia produtiva da moda estava praticamente paralisada – comprometendo a sobrevivência de pequenos estilistas, oficinas e cooperativas -, Natalie incrementou esse projeto convidando três estilistas, que já trabalham reciclando roupas e acessórios, para que desenhassem coleções a partir das peças antigas coletadas com as clientes e também do banco de tecidos Compartilhe Seu Acervo, disponibilizando seu acervo de tecidos a preço de custo para oficinas e marcas parceiras. “Quando falamos em sustentabilidade, o fator humano tem grande importância, já que não só é preciso ressignificar a cadeia produtiva como os conceitos do consumidor e a forma de consumir”, explica Natalie. Primeiro escolhido, o estilista Gustavo Silvestre transformou cerca de 100 peças com o apoio do Ponto Firme, projeto de transformação social para detentos e egressos do sistema prisional por meio de trabalhos manuais como tricô e crochê. O resultado, exemplo de sustentabilidade e inclusão social, foi apresentado no último SPFW. A beleza das peças, todas únicas, e o sucesso das vendas mostram a viabilidade de uma moda mais consciente e criativa. Na sequência, Alexandre Herchcovitch e o marido, Fabio Souza, da À La Garçonne, seguiram a mesma metodologia, mas dando às 160 peças uma pegada mais streetwear – o lançamento aconteceu em janeiro. Já Sara Kawasaki, ex-estilista da NK Store, que hoje trabalha apenas com reciclagem, será a próxima a participar do projeto, com uma coleção exclusivamente de vestidos de festa. Natalie sempre acreditou no potencial da NK Store de reconectar pessoas e histórias, e também em levar seu olhar afiado de curadora de moda para um ciclo reverso, e transformar a sustentabilidade em um movimento cool. A empresária acredita que, hoje, as pessoas estão mais abertas para ouvir e fazer parte dessas histórias. E conta, feliz, ter visto seu time emocionado na exibição do documentário sobre o Projeto Ponto Firme. Ela acredita que, mais do que nunca, a moda está entrando em um momento colaborativo. “Não será mais a minha marca competindo com a do outro, mas sim o que podemos fazer juntos”. O Banco de Tecido é parte chave desse movimento: foram vendidos mais de 3 mil metros de tramas remanescentes de coleções passadas. Também está previsto um acervo constante que passará a ser digitalizado e aberto a todos para pesquisa online, associado a um banco central aberto a todas marcas. Nesse ano desafiador, Natalie buscou apurar os sentidos e a coragem para se transformar ainda mais. Para ela, essa parada forçada se tornou oportunidade para entender qual a sua verdadeira essência e onde realmente consegue agregar valor. E, ao trocar a cidade pelo campo nesse período, percebeu que as escolhas são o que realmente nos definem, e o processo de decisão é, na verdade, uma cisão construtiva, que permite o crescimento e abre caminho para a evolução. Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorBeauty & Skin: Rihanna e LVMH suspendem as operações da Fenty PróximoMauricio de Sousa toma a primeira dose da vacina e deixa um recado nas redes sociais 13/02/2021