Entrevistas “AS PESSOAS TEM MUITO MAIS INFORMAÇÃO DE MODA” 29.08.18 – Por Hendy Miranda Fotos: FOTOFORUM/Cristiano Sérgio e Augusto Costa Alice Ferraz desembarcou na capital brasileira a convite do ParkShopping para três dias de informação sobre tendências primavera-verão 2019 no F*Hits Fashion Talks até o dia 30. Formada em Comunicação, Alice começou sua trajetória profissional na Fórum, em 1996, trabalhando diretamente com Tufi Duek, e logo depois partiu para o varejo, nas empresas Mappin e Mesbla, o que foi importante na formação da visão estratégica de mercado que, posteriormente aprofundaria nas suas próprias empresas. Há mais de 20 anos nessa indústria, a empresária é fundadora e CEO da F*Hits, a primeira prime Network de moda e beleza do país, e também está à frente da Ferraz Moda, agência de comunicação e relações públicas, esta visionária do marketing digital nasceu e cresceu em São Paulo e sempre gostou de moda, mas não imaginava que iria seguir nesta carreira. Em 2010, a paulistana percebeu que blogs com dicas de looks feitas por consumidoras comuns, ganhavam cada vez mais audiência na internet e começou a chamar a atenção das marcas. De olho no novo nicho que surgia, ela criou o F*Hits, uma das primeiras plataformas de blogs de moda, lifestyle e beleza do mundo. A empresária se tornou uma expert em desenvolver ações que colocam as grifes em contextos nos quais todos lucravam: marcas, bloggers e parceiros, algo inédito naquela época. Diante de todo o sucesso da plataforma, o Estilozzo bateu um papo com Alice Ferraz, antes de estrear o F*Hits no PKS nesta terça-feira, 28/08, na Praça Central do ParkShopping para passa todo o seu conhecimento para blogueiras convidadas e amantes da moda. Você está há mais de duas décadas no mercado da moda. Começou a trabalhar na Forum junto com Tufi Duek e nas varejistas Mesbla e Mappin. Como surgiu a ideia de criar o F*Hits? Eu já tinha a Ferraz Comunicação onde eu atendia mais de cem clientes com catálogos, campanhas, desfiles e comecei a ver que a maneira que a gente comunicava as marcas não dava o mesmo resultado que tinha dado nas últimas duas décadas que eu trabalhei fazendo muita parte de campanhas e catálogos em papel. Aí eu comecei a olhar o digital e pensei: será que aí tem uma saída? Foi quando eu fui pra uma semana de moda em Nova York e vi uma blogueira sentada na primeira fila e fui ler o que ela escreveu sobre o desfile. Eu adorei o jeito que ela se comunicou! Uma maneira pessoal. Escreveu do que gosta e do que vestia, foi muito diferente do que um jornalista de moda escrevia na época com suas palavras e contextos. Aí eu pensei que seria um viés importante para a conversão em vendas. Assim eu decidi criar a primeira plataforma de blogs do mundo em 2010. Qual o conceito e objetivo da plataforma? A minha intenção sempre foi comercial. Eu tinha muitas marcas e comecei a ver que não atingíamos os mesmos resultados com uma imagem muito boa em anúncio por exemplo. Eu comecei a olhar pra isso e querer mudar. Então houve uma conversão dessa imagem e começou a ter ótimos resultados. E foi esse o meu foco com o F*Hits, unir um time de mulheres e transformar a imagem de uma marca em lifestyle. A era digital começou de um jeito e se transformou em outro. Como você avalia essa mudança? Nos últimos oito anos tem crescido muito. Tem solidificado né? A gente começou com blogs e estamos agora com instagram, snap e igtv. Então, essa nova era vai crescer muito mais e vamos ter quer viver no touch. Infelizmente o papel já está com os dias contados. Acho que daqui a vinte anos será tudo digital e com mais novidades. O F*Hits começou com publicações de “Looks do Dia” e hoje mostra o lifestyle das influencers. Ainda haverá mudanças? Começamos com o “look do dia” porque ainda não tinha instagram e stories. Era o “look do dia” no blog e lá não tinha como você contar o que era feito porque não tinha espaço pra video. Então os próximos passos será um real time, um fashion film. Com “look do dia” e o que você está fazendo, comendo, se divertindo, olhando…um estilo de vida. Quantas influencers estão no F*Hits? São 320. 32 influenciadoras nacionais e 288 friends espalhadas pelo Brasil. Dependendo da audiência das friends pelo número de porcentagens atingidas, elas passam a ser uma nacionais. E tenho uma internacional como a Camila Coelho. Como você se sente eleita anualmente a partir de 2013, como uma das mulheres mais influentes do mundo pelo prêmio britânico The Business of Fashion? Eu gosto muito! Adoro a Inglaterra e tenho um contato muito forte com o país. A publicação inglesa me faz bem. Mas a coisa mais importante pra mim nesses últimos anos com o H*Hits que vivo por ele totalmente full time, foi ter lançado o livro “Moda à Brasileira” e ter vendido como vendeu, mais de 35 mil cópias. Então pra mim foi o ponto alto da minha carreira. As publicações anteriores foram importantes sim. Na American Express, fui a mulher da revista na américa latina, agora escolheram de cem capas, duas capas. Enfim, esses prêmios vêm e vão mas quando a gente se conecta mais com as pessoas, com mais profundidade, que gostaram de ler, que eu fiz parte disso e que me entenderam, é um prazer muito maior. Como você avalia o consumo da moda atual? As pessoas tem muito mais informação de moda e acho que elas consomem com mais verdade e interesse no estilo pessoal. Como você avalia as grandes marcas de luxo fazerem collabs com as fast-fashion? Eu acho maravilhoso! É um novo luxo que dá acesso a “pílulas de luxo” para quem não pode comprá-las, mas podem ter acesso a todo esse raciocínio do luxo como estampas únicas, inusitadas e conceitos diferentes. O que é ser uma mulher bem vestida pra você? É estar adequada ao seu trabalho, sua posição social e ao seu estilo de vida. Não adianta nada a mulher andar de salto alto, pegar transporte público e ficar com pé doendo. Você pode estar na moda andando de transporte público ou de bicicleta. É só saber como se vestir. Cite duas mulheres que representam a essência da moda atual? Stella McCartney e Victoria Beckham. O que é ser estilosa pra você? Ter personalidade ao se vestir. Isso é essencial. Você é uma mulher visionária. Como será o futuro das influencers? Eu acredito que várias vão continuar desenvolvendo um conteúdo de qualidade e vão influenciar melhor. Estão ficando mais maduras para ter um olhar mais fiel às suas audiências, ao próposito que é compartilhar e inspirar e não mentir. Compartilhar dicas e conhecimentos é uma coisa. Você ganhar dinheiro da forma que você não acredita é outra. Então eu acredito que muitas estão indo nesse caminho, onde teremos grandes influenciadoras ajudando a moda e as pessoas com dicas e até entretenimento. O que você acha do estilo da mulher brasiliense? Ela é arrumadíssima, ama moda, muito alto astral e feliz. Eu tenho essa imagem dessa mulher. Eu gosto muito daqui. Acho que a cidade está passando por um momento novo e diferente de dez anos atrás com suas maisons. Eu acho um momento mais real, gosto muito mais agora! Facebook Comments Hendy Miranda Compartilhar AnteriorQUE XODÓ É ESSE PróximoJanaina Ortiga, hoje consultora de negócios, fala sobre seu novo empreendimento “O Lojista de Sucesso” 29/08/2018