Entretenimento Ópera “Suor Angelica” homenageia o centenário da morte de Giacomo Puccini Com elenco feminino, a estreia acontece no Dia Internacional da Mulher, no Teatro da Escola de Música Em homenagem aos 100 anos de morte do compositor italiano Giacomo Puccini (1858-1924) estreia no dia 8 de março no Teatro da Escola de Música de Brasília uma bela montagem de uma de suas obras mais emocionantes: Suor Angelica, que também fica em cartaz nos dias 9 e 10 com entrada a preço popular (R$20,00 inteira e R$10,00 meia-entrada). A obra é um dos raros exemplos na história da música de um elenco composto totalmente por mulheres e com equipe técnica em sua grande maioria feminina. A estreia no Dia Internacional da Mulher traz uma tônica e potência mais do que especial ao espetáculo. A direção de cena e cenografia é assinada pela artista cênica Hyandra Ello que coordena um elenco com 22 mulheres. No papel principal de Angélica, teremos a experiente soprano Janette Dornellas que divide o papel com Érika Kallina e a iluminação é assinada por Lidianne Carvalho. “É uma ópera que fala da opressão feminina. Minha personagem é vítima de um sistema patriarcal onde a mulher não tinha direito nem sobre o seu próprio corpo”, afirma Janette. “É uma das poucas óperas do mundo só com mulheres em cena. Neste contexto, a ideia geral da encenação traz à tona um dia a dia entre irmãs, inspirado no quadro do “Dia de lavar roupas no convento”, do pintor francês Armand Gutier”, afirma Hyandra, que procurou retratar a rotina e o clima de paz das freiras que vivem em clausura e que é quebrada com a chegada da irmã Angelica. Na regência está o Maestro Ângelo Dias, professor na UFG em Goiânia, que comandará a Orquestra, composta por 11 músicos, e elenco e Coro da Casa da Cultura Brasília, com vinte e uma vozes femininas. Apesar de já conhecer a peça, essa é a primeira vez que vai reger a ópera. “É uma história muito emocionante, onde a música é ao mesmo tempo sublime, mas também carregada de dramaticidade e que, com certeza vai conquistar o público com a história de vidas dessas mulheres que vivem no claustro”, afirma o maestro, que ficou lisonjeado com o convite da amiga Janette para reger a ópera. O enredo original se passa no século XVII em um convento na Itália e conta a história melancólica da irmã Angélica, que foi obrigada pela família a viver no claustro, ao contrário das outras irmãs, que lá vivem por vocação. Apesar de sua melancolia, Angélica conquista as outras irmãs do convento com sua doçura e bondade. Porém, a rotina tranquila e monástica do convento é quebrada pela visita da tia de Angélica, que traz notícias trágicas. A proposta da concepção do espetáculo é uma reflexão acerca das diferentes realidades, entre o excesso de informações atual e a vida em claustro, e como hoje as mulheres vêm cada vez mais fazendo suas próprias escolhas das quais antigamente, no início do século XX – onde situamos a montagem – seriam impossíveis. As sessões contarão com a meia-entrada solidária para quem doar alimentos ou materiais de limpeza que serão doados ao Carmelo Nossa Senhora do Carmo, localizado na Ermida Dom Bosco, onde vivem as freiras carmelitas. Parte da renda do espetáculo será destinada a melhorias e manutenção do Teatro Levino de Alcântara e da Escola de Música de Brasília. O projeto conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorFestival Baco Conecta: Casa Baco promove programação musical especial para o mês das mulheres PróximoRafaela Felicciano promove exposição fotográfica neste sábado 21/02/2024