Arte “Retransformações de Gretta Sarfaty” está em exibição na galeria Auroras em São Paulo Por Douglas Ramalho Após quase 50 anos guardadas com muito esmero, as obras da artista greco-brasileira, Gretta Sarfaty, voltaram a encantar o público na exposição “Retransformações de Gretta Sarfaty”. A mostra se encontra na galeria Auroras, no Morumbi (SP), até o dia 21 de maio. Foram selecionadas 40 obras entre pinturas e fotolitos que deram início a carreira da artista ainda na década de 70. Naquela época, Gretta começou a se expressar a partir de referências pop e neoexpressionistas, levantando discussões acerca da condição das mulheres na sociedade contemporânea, em um momento onde tratar destas questões não era bem aceito. “O feminismo era meio tabu naquela época, porque haviam associações entre feminismo e militância que eram estigmas, um tabu mesmo, então não se falava muito, era até mal visto falar que era uma feminista, ainda mais em arte”, relata Gretta. “Já hoje, o feminismo se encontra na boca de todo mundo, é um debate muito interessante que ajuda a receber minha mensagem daquela época no presente, de uma forma menos estigmatizada, mais livre. A receptividade tem sido incrível”, explica. Com curadoria do artista-pesquisador Tálisson Melo e parceria com a Central Galeria, as peças fazem uma retrospectiva de positivos e negativos originais de fotografias das séries “Auto-Photos” (1975), “Transformações” (1976/77) e “Diário de Uma Mulher” (1977). Foi a partir destes fotolitos que Sarfaty retransformou seu processo criativo por meio de desenhos e pinturas. Gretta Sarfaty e Tálisson Melo O trabalho da artista gira em torno de sua relação com o corpo (movimento Body Art) e repetições em sequência de imagens distorcidas do próprio rosto, o que evidencia a plasticidade dos retratos. As formas distorcidas são criadas com a manipulação do papel fotográfico no momento da revelação ou no desenho ampliado em projeções. “A ideia central era evidenciar que o trabalho de Gretta se desdobra a partir da relação do corpo com a repetição da imagem, passando pelas sessões em que se fotografava dirigindo o fotógrafo Julio Abe Wakahara, em performances íntimas que ela fazia, depois passando pelas manipulações de distorção nos fotolitos, que evocam sua experiência com o video em meado dos 1970, indo para ampliações em desenhos, gravuras e pinturas, reformulações da imagem com a sobreposição de camadas de cor, de volume, criando várias atmosferas”, detalha o curador. Sobre Gretta Sarfaty Nascida na Grécia, Gretta mudou-se com a família em 1954 para o Brasil, onde explorou várias linguagens artísticas contemporâneas desde meados de 1960. Sua trajetória multimídia partiu de pinturas, gravuras e desenhos e logo após aprofundou seus conhecimentos em fotografia, performances e vídeos. Suas obras já foram expostas em grandes instituições de arte ao redor do mundo como o Musée Du Palais de Luxembourg e Centre Geoges Pompidou (Paris), Internacional Cultureel Centrum (Antuérpia), Galleria Arte Verso (Genova), Palazzo dei Diamanti di Ferrara e Galleria Multimedia (Brescia), Keith Green Gallery e Foster Goldstrom Gallery (Nova York) e em vários outros. No Brasil passou por importantes museus como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte do Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes e outros. Serviço: Exposição “Retransformações de Gretta Sarfaty” Quando | 12 de março a 21 de maio de 2022 Aos sábado de 11h às 18h, ou por agendamento Gretta Sarfaty grettasarfaty@gmail.com @grettasarfaty Tálisson Melo talissonmelo@yahoo.com.br @talisson.melo Fotos: Alef Henrique, Ricardo Kugelmas e Leandra Espírito Santo Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorUltima semana para assistir a peça "A Intimidade é uma M*rda", do G7 PróximoDjavan fará show em Brasília em 26 de março, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães 16/03/2022