Arte Crônica: “O Carnaval do Corona” por Alexandre Kreft O Carnaval está aí. O coronavírus entrou na avenida com seu triste samba-enredo. A seu bel-prazer. E aí nós dançamos. O coronavírus arrastou uma multidão. Só que para dentro de casa. Ficamos de camarote. O vírus apresentou ao mundo sua dança feia, como um gringo desajeitado na avenida. Se alguns ficaram em casa, outros vestiram suas máscaras e foram para as ruas. Pior foram aqueles que deixaram suas máscaras caírem, e foram sambar nas telas dos noticiários e das redes sociais. Jogar serpentina nos palanques e nos palcos da vida. Pular ao som do frevo das fake news, diante dos túmulos e das UTIs dos hospitais. Mas o que as plateias queriam mesmo era oxigênio. A máscara foi a fantasia mais usada neste carnaval. Conhecemos as máscaras de outros carnavais. Muitos foliões do bloco dos assintomáticos pensaram que era festa. Uns encheram-se de purpurina. Outros de álcool 70. Muitos dançaram com o samba do crioulo doido da desinformação. Expressão salvo engano, curiosamente derivada de um samba. Mas o bom senso há de descer das arquibancadas e entrar na avenida. Existe também o desfile de outros blocos. Avisa aí que já entrou o bloco da ciência. Com a bela e multidiversa ala das vacinas. Em posição de destaque os profissionais da área da saúde. Lá em cima. No carro alegórico da esperança. Pouco a pouco ressurgirá o samba no pé. Nossa vida e nossa alegria. O vírus será desclassificado. E o carnaval enfim, será nosso!!! Mesmo depois da Quarta-Feira de Cinzas. Alexandre Medeiros – @alexandrekreft – 45 anos, atualmente Servidor Público do GDF, Biólogo por formação e Especialista em Análises Ambientais e Desenvolvimento Sustentável. Criador do projeto Candangoscópio. Começou seus textos autorais na pré-adolescência, por volta dos 12 anos de idade, talvez pelo clichê mesmo da necessidade de escrever, talvez por influência do pai – também escritor – ou talvez como consequência da característica de observar, tentando entender e sentir o mundo interior e exterior. O pseudônimo Kreft foi dado por antigos amigos do Ensino Médio, na década de 90, pela semelhança física (na época) com um dos componentes da banda Kraftwerk. Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorMistério: seis herdeiros de Karl Lagerfeld ainda não receberam a fortuna de US$ 270 milhões PróximoMeghan Markle e príncipe Harry esperam o segundo filho na Califórnia 13/02/2021