Saúde com Estilo Quem é Nelson Teich, o novo Ministro da Saúde Anunciado como substituto de Luiz Henrique Mandetta (DEM) no comando do Ministério da Saúde nesta quinta-feira (16), o médico oncologista e empresário Nelson Teich tem pontos de vista próximos aos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre políticas de isolamento social e o equilíbrio entre quarentenas e retomada da atividade econômica. Teich e Bolsonaro se reuniram mais cedo hoje. Teich teve o apoio da classe médica e contou a seu favor a boa relação com empresários do setor da saúde. O argumento pró-Teich no Ministério da Saúde é o de que ele trará dados para destravar debates “politizados” sobre a COVID-19. O novo ministro assume o cargo no momento em que o Brasil se prepara para enfrentar as semanas de pico da pandemia. Segundo o boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira (16), o país passou dos 30 mil casos de COVID-19 e chegou quase 2 mil mortos pela doença. Teich é formado pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e tem mestrado em Economia da Saúde pela Universidade de York, na Inglaterra. Ele chegou a ser cotado para assumir a Saúde logo após a eleição de Bolsonaro, em novembro de 2018, mas o lobby do DEM — partido de Onyx Lorenzoni (ministro da Cidadania, ex-Casa Civil), Ronaldo Caiado (governador de Goiás) e Mandetta — falou mais alto. Ele já foi sócio de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde. Nesta manhã, Mandetta participou de uma live do FIS (Fórum de Inovação Saúde) e não citou Teich nominalmente, mas comentou sobre “um dos nomes que está saindo aí”. “O Denizar conhece bem, eu também o conheci em Londres, é um pesquisador. Mas não conhece bem o SUS”, opinou. Saiba mais sobre o que Teich já disse sobre as principais questões no enfrentamento da COVID-19. Isolamento inteligente Em texto publicado em seu LinkedIn, Teich defende um “isolamento inteligente”. Ele diz que o chamado “isolamento vertical”, defendido por Bolsonaro e aliados, “tem fragilidades e não representaria solução definitiva”. Para ele, a melhor estratégia seria um modelo semelhante ao aplicado na Coreia do Sul, com testagem em massa e “estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxílio das operadoras de telefonia celular”. Medida semelhante foi adotada por alguns governadores, como em Santa Catarina e São Paulo, sob duras críticas dos primeiros-filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro, que chegaram a dizer que a ação é “ditatorial”. O MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), que havia planejado ação parecida em nível nacional semanas antes, apagou a publicação no Twitter em que fazia o anúncio. Saúde ou economia? Para Teich, a estratégia atual é desastrosa, porque trata temas “complementares como se fossem antagônicos”. “A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas, entre o bem e o mal” , escreveu. No entanto, ele não detalha qual seria seu plano de ação. Para ele, uma visão polarizada e a adoção de “posições radicais” só atrapalhariam o entendimento da situação. Na publicação, Teich defende a criação de um sistema de dados, que integraria os estados e possibilitaria um gerenciamento melhor de leitos e insumos. Ele também advoga por um alinhamento entre as orientações dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Via CNN Brasil Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorExonerado: Jair Bolsonaro demite Luiz Henrique Mandetta do cargo de Ministro da Saúde PróximoBierFass Lago cria prato para celebrar o aniversário de Brasília 16/04/2020