Entrevistas Como Karina Sato, irmã de Sabrina, virou uma das mais bem-sucedidas agentes de artistas do país “Quando a Sabrina saiu do ‘Big Brother’, o Boninho chamou meu pai e eu para conversar. Ele disse: ‘Vocês vão ficar um pouco assustados, a Sabrina deu um resultado muito grande aqui fora, o Brasil teve muita identificação com ela, ela não vai conseguir ir a uma farmácia nesta semana. E vocês vão ter que dar muito amor a ela, a pessoa sai do programa e fica perdida. Outra coisa: vocês precisam de dinheiro agora? Se não, selecionem o que ela vai fazer’. Lembro que fiquei com aquilo na cabeça: selecionar o que ela vai fazer.” Dezessete anos depois, Karina Sato não esquece do momento que transformaria para sempre sua vida. A advogada, irmã de Sabrina Sato, acabou virando um dos nomes mais importantes de agenciamento de artistas no Brasil, responsável pela carreira de uma das artistas e influenciadoras digitais mais relevantes e bem-sucedidas da atualidade. Apesar de nunca ter sonhado em trabalhar na área artística —”eu segui o sonho da Sá”—, a posição de Karina nunca foi atrás da irmã famosa. As duas —junto do caçula, Karin— trabalham lado a lado na Sato Rahal Empreendimentos Artísticos, escritório que começou informalmente para administrar a carreira de Sabrina e que hoje conta com cerca de 20 artistas nas mais variadas áreas de atuação, incluindo Dona Kika, youtuber, mãe do trio e referência de trabalho duro para os três desde que eram crianças. Empoderadas? Karina define de outra forma: “Somos corajosas e independentes”. Foi essa força que as impulsionou a aceitar o desafio proposto por Emílio Surita, quando Sabrina fazia parte do “Pânico”, de abrir um escritório que cuidasse da carreira de toda a trupe. Decisão que muitos anos depois fez com que Karina se visse diante de um dos momentos mais delicados de sua vida: a negociação com a Record para que Sabrina tivesse um programa solo —e, consequentemente, dissesse adeus aos amigos humoristas. Profissionalmente, mas não só. Trabalho e vida familiar tendem a se misturar no núcleo Sato Rahal. “É porque a gente não tem horário. Aí vira família. A pessoa tem que estar dentro da nossa casa”, afirma Karina, que, durante muito tempo, trabalhou em jornada dupla, atuando como advogada no Grupo Votorantim durante o horário comercial e, à noite, no escritório da família. Achou, por isso, que nunca teria marido nem filhos. A vida tomou outros rumos. A advogada, que quando criança sonhava ser jornalista, apaixonou-se, casou-se, teve duas crianças. Largou um dos empregos e hoje se dedica exclusivamente ao mundo do entretenimento. Não tinha vida “Fiquei uns oito anos sem tirar férias. Mas minha motivação para trabalhar tanto nunca foi o dinheiro. Eu não ligo para o carro que eu tenho, eu não ligo para onde eu moro. Para as crianças eu valorizo o melhor colégio que eu puder dar, é isso que eu quero. Não sou muito materialista. Mas, se acontece alguma coisa boa para alguém que trabalha conosco, se um artista consegue um contrato com que sempre sonhou, é a mesma coisa que se fosse para mim. Neste tempo todo, eu estive disposta a só trabalhar. Entrava na Votorantim de manhã, saía às seis da tarde, vinha para o escritório, trabalhava até as três da manhã, ia para casa, tomava banho e dormia pouco. Tinha dias em que eu virava, não dormia. Eu não tinha vida, tanto que acabei vários namoros [risos]. Eu achava que não ia ter uma família, que não ia casar nem ter filhos, que isso não fazia parte de mim. Eu estava muito feliz como estava. Mas tem coisas que não são planejadas, principalmente o sentimental. Por isso que, quando eu decidi ficar com o Felipe [Abreu, marido] e ter uma família, eu sabia que precisava abrir mão de alguma coisa. Quando a Sá saiu do ‘Pânico’ para ir para a Record, eu estava grávida de nove meses do Felipinho e ainda na Votorantim. Estava para fazer essa mudança [de carreira], porque eu sabia que ia ser complicado, que administrar uma família ia ocupar o tempo de uma das empresas [risos]. Mas essa transição da Sabrina foi muito difícil. A nossa conversa com o Emílio sempre foi muito aberta, e eu tive que pela primeira vez segurar uma informação tão séria. Mas eu sabia que se eu chegasse para ele e falasse: ‘Emílio, a gente está negociando com a Record’, a gente não ia. Não ia porque ele ia falar ‘fica’, e a gente ia ficar. E estava na hora de a Sabrina ir. A gente sentiu segurança na negociação da Record. A gente sentiu que eles estavam vendo-a como a gente queria que ela fosse vista, que estavam dispostos a cuidar dela.” “A decisão e a mudança foram difíceis. Cortar os laços. Não porque nós queríamos, mas porque eles ficaram muito sentidos, por muito tempo. E a gente entende, claro. Mas deu tudo certo. O Felipinho nasceu, a Sabrina foi para a Record naquele mês, e eu saí da Votorantim. E o ‘Pânico’ inteiro saiu do escritório. O Ceará falou que ia continuar, pois confiava muito na gente. O Emílio falou: ‘Então você tem que sair do ‘Pânico’. Foram mudanças sofridas, mas foram boas.” Fonte: UOL Fotos: Julia Rodrigues Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorEliá SPA inova durante a quarentena e investe no formato de atendimento online Próximo“Nossas ações hoje moldarão o nosso amanhã”. Ermenegildo Zegna doa € 3 milhões de euros na Itália 26/03/2020