Destaques OUTDOOR 04.06.18 – Da redação Fotos: Dona Flor Mobília/Reprodução Idealizador da marca Dona Flor, focada em mobiliário para áreas externas, Marcelo Yamasita esteve no Showroom da Quadra para um bate-papo exclusivo sobre seu trabalho a frente da empresa. Durante o evento foi apresentado o espaço destinado ao mobiliário Outside, feito para varandas e áreas extenas, com peças assinadas por grandes nomes do design nacional. Marcelo falou com exclusividade como o Estilozzo: Como teve início seu trabalho com mobiliário para áreas externas? Eu trabalhei muito tempo com design gráfico e em determinado momento recebi um convite de um cliente para fazer mobiliário. Eu não sabia nem qual seria a peça e nem tinha ideia do que ele queria, apenas concordei naquele momento informal de conversa. Ele me perguntou se eu poderia produzir mesmo as peças, eu concordei e assim prosseguimos o projeto, que por sinal era de um mobiliário para área externa. Este foi o primeiro contato que eu tive com uma fábrica de mobiliário e foi justamente uma fábrica de produção de mobiliário para área externa. Como funciona a produção de mobiliário de área externa? É completamente diferente de outra indústria de mobiliário? Sim, a concepção de mobiliário de área externa é completamente diferente, lógico, tem características semelhantes em vários aspectos mas a matéria prima é diferente, precisa de proteção UV, o tecido nem sempre é maleável quanto o utilizado em áreas internas, então precisa ser melhor trabalhado para ter conforto. A madeira de área interna é menos densa então tem menos possibilidade de ser trabalhada, já a madeira de área externa é diferente e tem que ser trabalhada de forma diferente. A pintura que se usa para o externo é diferente da pintura usada para o interno, então realmente o mobiliário de áreas externas tem características peculiares e elas têm que ser respeitadas para que o mobiliário dure. [widgetkit id=3569] Hoje é muito comum os projetos trazerem o clima de área externa para dentro de casa, quase como uma necessidade de aproximação com a natureza e a vida ao ar livre. O mobiliária de área externa tem sido trazido para dentro da casa com o intuito de criar um clima outdoor nos espaços internos? Sim, isso tem acontecido com maior intensidade. Recebemos várias fotos de projetos nos quais vemos a aplicação do mobiliário externo no indoor, principalmente porque a Dona Flor entende que, dentro das pesquisas que fazemos de mercado e com a troca de informações com profissionais, que a integração dessa área externa com interna, principalmente nos projetos verticais, de prédios, tem acontecido muito. O pessoal fecha a sacada, tira a porta que faz a divisão destes ambientes, então a partir desse momento é necessário existir uma interação dos ambientes. Pesquisamos e chegamos a essa conclusão, e hoje a Dona Flor tem um foco de mobiliário voltado a integração de ambientes externos e internos. Nossos móveis não destoam de um sofá de área interna, nossas peças conseguem conversar com diversos ambientes, o que era uma necessidade muito grande porque houve um período no qual os arquitetos estavam usando mobiliário interno para sacadas. O que acarretavam várias problemas, mas era a única forma que ele tinham de fazer essa integração. Hoje buscamos chegar mais próximos dessa realidade de integração e vemos a aplicação do nosso mobiliário no interno em função disso, por também ficar se encaixar na área interna do projeto. Qual o grande o desafio para produção de um mobiliário de área externa? O desafio do mobiliário externo primeiramente é a dificuldade de matérias primas nobres disponíveis por aqui. No Brasil a gente tem que se virar com o que o mercado oferece. Temos uma limitação de cores, uma limitação de matérias primas que não existem aqui, costumamos falar que no mobiliário de área externa a gente precisa ser bastante criativo porque não temos paletas amplas de cores, de tecidos. Nas matérias primas aplicadas, tudo que é feito dentro do Brasil em mobiliário externo é sempre voltado para o comercial. Lá fora a gente vê a Paola Lenti, por exemplo, com uma infinidade de cores que não conseguimos replicar. A importação de uma cor destas, equivale a um container inteiro com uma cor só e isso acaba dificultando pelos volumes de compras necessário. Aqui no Brasil não existem empresas distribuem esses materiais por aqui. Então hoje a maior dificuldade é ter matéria prima diferenciada para que possamos acompanhar o mercado mundial. A Dona Flor hoje trabalha em parceria com grandes nomes do design nacional e consegue transmitir uma ideia de unidade nas coleções. É possível notar que cada designer consegue imprimir seu trabalho mas no resultado final é possível identificar a identidade da marca. Como funciona esse processo de trabalho? Esse é um grande desafio, cada designer tem uma identidade, tem um estilo de trabalho e defende seu estilo de uma forma diferente. Esse foi inclusive um processo que a gente precisou de muito amadurecimento para chegar nesse tom que temos hoje. Há sete anos atrás, quando iniciamos o trabalho com designers, recebemos vários desenhos e ao colocarmos juntos sobre uma mesa, olhamos e percebemos que não existia uma identidade e o resultado não estava satisfatório. A primeira experiência não foi boa, trabalhamos com vários profissionais, cada um apresentou seu projeto e nem todos casavam com a identidade da marca. Aí veio esse processo de evolução, que uma marca precisa saber o que ela quer, precisa ter um conceito, um lifestyle, ter uma identidade com os fundadores para que isso flua. Esse processo levou um tempo pra gente conseguir estabelecer e ainda hoje a gente sempre tem que estar tentando encaixar ou mudar algo para que esteja dentro da identidade da marca. Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorVEUVE CLICQUOT POLO CLASSIC PróximoFASHION MEETING EXPERIENCE 04/06/2018