Arte Galeria Karla Osório e a Embaixada da Italia apresentam exposição do artista italiano Lucio Salvatore A Galeria Karla Osorio e a Embaixada da Italia no Brasil apresentam DEFEITO DE IDENTIDADE, primeira exposição em Brasilia do artista italiano, Lucio Salvatore. Serão quase 40 pinturas criadas nos últimos dois anos, expostas com curadoria do francês Marc Pottier. Nestas obras, Salvatore expande sua investigação sobre as políticas de identidade, migração e deslocamento, confrontando as forças que moldam as percepções de pertencimento e exclusão. Elas são construídas como constelações de fragmentos visuais — retratos de plantas, imagens históricas e contemporâneas, referências a obras de arte simbólicas — reunidas em composições densas e em camadas que funcionam tanto como declarações políticas quanto como formas estéticas de resistência. O Embaixador da Itália, Alessandro Cortese, destacou a importância desta exposição no contexto das relações culturais entre a Itália e o Brasil: “Os dois países possuem conexões culturais extremamente sólidas e históricas. Muitos dos maiores artistas brasileiros têm ascendência italiana: Portinari, Volpi, Malfatti, Ceschiatti, Di Cavalcanti, só para citar alguns dos mais famosos. Ao mesmo tempo, há muitos artistas italianos contemporâneos, como Lucio Salvatore, que veem o Brasil como um país aberto à arte e à inovação cultural, assim como inúmeros artistas brasileiros enxergam a Itália da mesma forma. Não podemos esquecer que, em 2024, a curadoria da própria Bienal de Veneza foi confiada ao curador brasileiro Antônio Pedrosa. Essas relações históricas precisam ser cultivadas continuamente e é fundamental dar espaço aos artistas mais jovens – um dosquais è Lucio Salvatore – que possuem um enorme talento e muito a expressar artisticamente, além de um forte desejo de crescer internacionalmente. Tenho certeza de que o público brasileiro saberá apreciar as belíssimas obras do artista e que esta exposição poderá contribuir ainda mais para a afirmação de seu talento.” A mostra é o terceiro movimento de um processo iniciado com a exposição seminal Fluxo Gênico no Museu do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (2022), que abordou as implicações históricas e ecológicas da migração, colonialismo e deslocamento de espécie numa intervenção politicamente carregada que resistiu com sucesso à tentativa de privatização da instituição. Sobre o titulo da exposição, o artista comenta: “Estas pinturas são um ato modesto e pessoal de resistência à banalização ideológica da realidade, uma afirmação da complexidade como uma qualidade intrínseca da realidade. Nestes trabalhos tento construir uma linguagem visual que procure sustentar a complexidade do presente, que represente um antidoto às narrativas identitárias fundamentalistas, que colocam o outro sempre numa posição de erro, sempre aquém do que é preciso ser para pertencer, para ser acolhido, por um determinado grupo identitário. A condição de migrante, de estrangeiro, de pobre, mas também de quem não se conforma religiosamente a ideologias, ou quer preservar o próprio espírito crítico, de quem não se identifica necessariamente ou percebe sua identidade como mutável, complexa, se encontra por isso numa posição subalterna perante as narrativas politicamente dominantes, sempre em defeito, em defeito de identidade.” As pinturas de Salvatore não são um ato de nostalgia ou recuo estético, mas um instrumento crítico, tecem múltiplas temporalidades, reunindo arquétipos históricos, imagens políticas e figuras da vida real e se envolvem em uma forma de arqueologia visual, extraindo símbolos do fluxo da vida cotidiana, imagens de viagens, mídia de notícias, obras de arte icônicas, reorganizando-os em composições que resistem à simplificação desafiam os mecanismos que determinam quem é visto, quem é apagado, quem é considerado legítimo e quem é considerado ilegal. Segundo o artista, apresentar a série, pela primeira vez em Brasilia, tem relevância simbólica importante, pois é “um lugar aonde poder, identidade e a luta por reconhecimento vivem muitas das complexidades e contradições do que significa pertencer. É em Brasília que politicamente a identidade do Brasil é debatida e contestada. Aqui, questões sobre quem pertence e quem é excluído, o que é considerado “natural” e o que é considerado “estrangeiro” estão no centro das batalhas legislativas. É aqui que os direitos indígenas são negociados, as políticas ecológicas são definidas e a narrativa da nação é continuamente reescrita. Brasília reflete tambem as tensões presentes em minhas pinturas, o atrito entre ideologia e experiência vivida, entre teoria e compromisso com a realidade, entre utopia e o teste implacável do tempo. É uma cidade construída por trabalhadores de todo o país e por isso sua identidade cultural fragmentada é moldada a partir da migração”. Serviço: Abertura, terça-feira, dia 11 de março, Coquetel 17-21h Pavilhão II (galerias 4 e 5) Em cartaz até 23 de abril de 2025 Visitação: segunda a sexta, 9h- 18h30, sábados 9h-14h30 A entrada é gratuita, mediante agendamento prévio por telefone, email, DM no Instagram ou WhatsApp. Facebook Comments Redação Compartilhar Anterior'Ainda Estou Aqui' leva o Oscar de Melhor Filme Internacional. Veja todos os ganhadores PróximoA folia ainda não acabou! Boulevard Shopping recebe Carnaval gratuito e inclusivo para toda a família 05/03/2025