Trend Alert Olivier Theyskens: quem é o estilista escolhido por Fernanda Torres para o Globo de Ouro Conhecido por sua estética romântica e gótica, o estilista belga Olivier Theyskens tem a habilidade de criar peças que são ao mesmo tempo delicadas e poderosas. Suas criações, frequentemente adornadas com rendas, bordados e tecidos nobres, evocam um universo de mistério e elegância. O vestido couture escolhido por Fernanda Torres é uma verdadeira obra de arte. A peça, com suas linhas fluidas e detalhes delicados, reflete a elegância atemporal da atriz e a sofisticação da alta costura. A escolha por um vestido adaptado às suas medidas demonstra a importância da personalização e do ajuste perfeito para um evento tão importante. “Tenho que ser fiel à Eunice (Paiva). Ela foi uma mulher discreta, estou ali para honrar sua história e representar o filme”, disse Fernanda Torres. O styling de Antonio Frajado foi fundamental para a criação do look impecável da atriz. As joias de Fernando Jorge, com suas linhas contemporâneas e pedras preciosas, adicionaram um toque de sofisticação e brilho ao visual da atriz. Fernanda Torres no tapete vermelho do Globo de Ouro 2025 Fernanda Torres e Olivier Theyskens provaram que a moda brasileira e a alta costura internacional podem se encontrar em um momento de glamour e celebração. Com este visual, Fernanda Torres não apenas homenageou Eunice Paiva, mas também se consolidou como um ícone de estilo no cenário internacional. O Globo de Ouro é uma das premiações mais aguardadas do ano, não apenas pela disputa entre os filmes e séries, mas também pelo desfile de moda que acontece no tapete vermelho. A escolha dos looks dos famosos é minuciosamente pensada e pode influenciar tendências e o trabalho de estilistas do mundo todo. Olivier Theyskens Foto: Patrick McMullan Estilista revelação do fim dos anos 1990, o belga Olivier Theyskens ingressou na moda aos 20 anos e já comandou três tradicionais marcas francesas (Rochas, Nina Ricci e Azzaro), marcando a moda com vestidos minuciosamente produzidos em clima romântico-gótico, que foram usados por Cate Blanchett, Nicole Kidman e Madonna. Em 2016, relançou em Paris a grife que levava seu nome, que ele havia interrompido quando ingressou na Rochas, em 2002. Filho de um engenheiro químico belga e de uma dona de casa francesa, Theyskens sempre soube que queria ser estilista e, aos 19 anos, deixou a prestigiosa La Cambre School of Visual Arts, em Bruxelas, depois de menos de um ano de estudos, para lançar a própria marca. Ao longo dos meses seguintes, desenhou e desenvolveu 25 looks, que apresentou com um desfile em Paris. Presente na plateia, uma compradora da multimarcas Barneys se interessou em adquirir a coleção completa de estreia. Theyskens, no entanto, pediu para que ela esperasse pela próxima coleção – que, no fim, também não foi colocada à venda, pois o estilista ainda não se sentia pronto para que suas criações fossem produzidas. Tal respeito pelo tempo criativo e o fato de não ceder à pressão comercial marcariam sua carreira. Em 1998, um ano após abandonar a faculdade e iniciar sua própria marca, ganhou destaque quando Madonna surgiu com um de seus vestidos de cetim na cerimônia do Oscar. Olivier Theyskens emergiu como estilista-revelação da moda no fim do anos 1990, sem ter ainda uma única peça à venda. Em 2002, foi nomeado diretor criativo da casa francesa Rochas, encerrando sua marca homônima para dedicar-se integralmente à etiqueta. Inspirado pela renda que embalava o perfume-ícone da marca, criou vestidos, saias e jaquetas em clima francês romântico e corte impecável, que lhe garantiu um prêmio de melhor Designer Internacional pelo CFDA (o “Oscar” da moda americana). Quatro anos depois, no entanto, o grupo Procter & Gamble, proprietária da marca, decidiu encerrar a divisão de moda da casa para focar em fragrâncias, levando à saída do estilista. Pós-Rochas, fez elogiada passagem pela também francesa Nina Ricci e, na sequência, foi diretor artístico por quatro anos da nova-iorquina Theory. Com talento amplamente reconhecido, parecia ter como destino comandar alguma das maisons parisienses ainda maiores, salto que no entanto nunca aconteceu. Entre seus pares na indústria, o comentário era que, em um mercado global competitivo, no qual é necessário equilibrar criatividade e apelo comercial, Theyskens sempre priorizou apenas o lado criativo. Foi criticado, por exemplo, por não investir em acessórios como bolsas ou sapatos — itens responsáveis por boa parte das receitas das marcas de luxo. Mesmo seu prêt-à-porter sempre beirou a alta-costura, com valores equivalentes. Olivier e Anna Wintour À frente novamente da marca que leva seu nome, organizou desfiles em Paris entre 2016 e 2022. Em 2020, foi nomeado ainda diretor criativo da Azzaro, marca na qual ele apresentou quatro desfiles de alta-costura, sendo o último o de verão 2022. Em meio a discussões sobre a sustentabilidade da indústria que ganharam ainda mais força durante o período pandêmico, Theyskens passou a trabalhar com o reaproveitamento de seu estoque de tecidos, preceito sob o qual produziu três coleções apresentadas em Paris: verão e inverno 2022 e verão 2023. “Eu queria produzir roupas sem criar desperdício e otimizar o que temos aqui. Há valor nesses materiais”, disse em entrevista ao The New York Times. Olivier uniu sobras de tecidos e amostras de fábricas, que ele cortou em viés e organizou por cor, estampa ou tema, criando através de um patchwork um novo “tecido”. A partir do material, foram criados vestidos e peças de alfaiataria em um luxo que bebe do upcycling e do slow fashion. Facebook Comments Hendy Miranda Compartilhar AnteriorHerdeiro do Itaú Unibanco, Walter Salles é o 3º cineasta mais rico do mundo PróximoExposição "ÍNDIGO URBANO" de Cláudia Fontana desembarca em Roma com curadoria de Alva Pinheiro 07/01/2025