Pesquisa por amostragem vai subsidiar medidas para conter eventual segunda onda da pandemia. UBSs serão porta de entrada para pacientes sintomáticos
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal começa a aplicar, na próxima semana, 8,5 mil testes rápidos em moradores das 33 regiões administrativas. O objetivo do esforço concentrado é entender como o coronavírus se propaga pelo território do DF, qual é o grau de contaminação e se a progressão pode levar a uma segunda onda da pandemia. Esse inquérito epidemiológico servirá de subsídio para que o GDF decida pela adoção de novas medidas de enfrentamento ao contágio.
A aplicação dos testes faz parte do Plano Estratégico de Combate ao Coronavírus no Distrito Federal – Ações de Enfrentamento 2020-2021. A iniciativa foi apresentada nesta terça-feira (10) pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto, em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti. O plano também prevê mudanças no atendimento aos pacientes com coronavírus na rede pública do DF.
A Saúde priorizará o atendimento na rede de atenção primária, ou seja, nas unidades básicas de saúde (UBSs), e não mais nos hospitais de referência. As UBSs receberão os equipamentos dos hospitais de campanha que estão sendo desativados – como o do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, desmontado em outubro.
Circulação do vírus
Para fazer o inquérito epidemiológico no DF, a Saúde utilizará 10 mil testes rápidos do tipo IgG e IgM que foram doados, no fim de outubro, pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). Serão feitos 8,5 mil testes: 250 em cada uma das 33 regiões administrativas, em moradores escolhidos por sorteio; os 250 testes restantes servem como reserva de segurança para casos em que seja necessário repetir o exame.
“Vai ter segunda onda? Impossível dizer sem o inquérito epidemiológico, sem testagem em massa. Estamos saindo na frente, nos precavendo para dar melhores respostas se houver uma transmissão mais acentuada. O teste rápido que vamos usar avalia anticorpos tanto na fase aguda quanto na fase crônica da doença. Então, é um dado precioso para melhorar nosso inquérito epidemiológico e oferecer mais subsídios à análise”, explicou o secretário de Saúde Osnei Okumoto.
A meta é fazer a pesquisa por amostragem em cerca de 30 dias, começando na segunda quinzena de novembro e terminando até 15 de dezembro. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde estima de 15 a 20 dias para os trabalhos de campo e mais dez dias para a análise dos dados.
Haverá uma equipe por região administrativa, com dois profissionais de saúde e um motorista. Os grupos vão atuar de forma simultânea, indo às casas sorteadas e, com o consentimento do morador, aplicando o teste.
“Entendemos que o planejamento é baseado em critérios científicos, o que traz uma segurança para a população de Brasília”, disse Paulo Ricardo Silva, presidente do Iges-DF.
O diretor de Vigilância Epidemiológica, Cássio Peterka, ressalta que o inquérito sorológico tem o objetivo de saber se as pessoas tiveram contato com o vírus e quantas ainda estão suscetíveis à doença.
“Uma região com pouca circulação, por exemplo, poderá ter um olhar mais diferenciado e atento do sistema de vigilância, porque os casos poderão aumentar ali”, enfatizou.
Assista a coletiva de imprensa do Plano Estratégico de Combate ao Coronavírus no Distrito Federal:
Via Agência Brasília
Fotos: Renato Alves
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